Defesa de Alberto Yousseff criticou decisão e disse que vai recorrer. Juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, Eduardo Appio, determinou prisão preventiva.
A ordem de prisão preventiva do doleiro Alberto Youssef, cumprida nesta segunda-feira (20), afirma que o investigado não devolveu aos cofres públicos todos
valores desviados e o considera um cidadão com "enorme periculosidade social e caráter voltado à prática de rimes financeiros de colarinho branco".
A decisão é do atual juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, Eduardo Appio, responsável pelos processos da Operação Lava Jato. Youssef foi preso nesta tarde pela Polícia Federal (PF) em Itapoá (SC).
O doleiro deve chegar ainda nesta segunda em Curitiba, onde já tinha ficado preso. Nesta terça-feira (21) está prevista audiência de custódia no início da tarde.
A determinação da prisão preventiva se deu em uma representação fiscal para fins penais que tramita na Justiça Federal desde agosto de 2019 contra o doleiro.
O procedimento, porém, teve o andamento paralisado por dez anos pelo acordo de colaboração premiada firmado pelo delator.
De acordo com relatório da Receita Federal de dezembro de 2015, anexado à representação, Yousseff é suspeito de crimes tributários como omissão e fraude em declarações de rendas e bens
por exemplo. Com a suspensão do procedimento, as suspeitas não chegaram a ser apuradas.
Na decisão desta segunda-feira, o juiz da Lava Jato afirma que o acordo firmado entre Yousseff e o Ministério Público Federal (MPF) não abrange, na avaliação dele, o procedimento da Receita Federal.
Caso abrangesse, afirma, "seria uma carta em branco genérica que envolveria toda e qualquer investigação criminal, inclusive de crimes que sequer foram descobertos na data da assinatura do acordo".
Conforme Appio, o doleiro fechou o acordo de colaboração, mas não devolveu aos cofres públicos todos os valores desviados". Assim, o magistrado revogou a suspensão do procedimento.